quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

shit

acredites ou não , não abandonaste o meu corpo nem por um único segundo. sempre cá estiveste e a vontade de te puxar e manter-te aqui nunca saiu dos meus braços, que ainda hoje, acordam com saudades tuas. e o sorriso ? oh, esse há muito tempo que deixou de saber o porquê de existir, mas faz questão de estar cá todos os dias, não vás tu querer voltar e ele não te sentir chegar . mas chegará ainda o dia em que não serás jamais rei do meu ser , onde no meu mundo serás do povo e não dono do trono . mas garanto-te , quando esse dia chegar , vais arrepender-te amargamente 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

« burro , tu »

« eu sei , eu sei , tenho descurado de ti , meu abrigo . perdoa-me , tenho-me perdido e desviado das minhas obrigações para contigo . mas hoje , tenho algo para ti . bem sei que já por várias vezes te contei histórias semelhantes a esta , mas aqui estou eu outra vez . 
confiei cegamente , novamente .  eu sei , prometi não o fazer outra vez . mas foi mais forte que eu . e tu sabes como funciona isto cá dentro . eu não queria , juro que não ! mas foi para além do que posso eu controlar em mim . 
e até que gostei do que viajou em mim , do sentimento , da sensação , do destino . por momentos , até achei e deixei-me sonhar que era possível . e se fosse por mim , era mais que possível , era certo . mas claro , tu já me ensinaste que não era tudo como eu queria , mas conheces-me bem - sou casmurra e persistente . e eu queria , queria mesmo . mas sim - tu tinhas razão . lá no fundo do teu ser e com toda a tua pureza e dedicação ao meu pequenino coração cheio de tudo . e desta vez , fiz o que me ensinaste , orgulha-te ! recuei logo , não insisti , respeitei . o que quer que haja para respeitar . 
mas olha , uma coisa não entendo . magoei-me , doeu . cá dentro , perto donde tu estás . porque deixaste tu isso acontecer ? tu , melhor que ninguém , conheces bem os desfechos destas histórias . e deixaste-me ir . deixaste-me virar brinquedo outra vez , deixaste-me voltar a ti perdida , desorientada , sofrida , magoada . culpo-te a ti , sabes ? não é ele , tem lá ele culpa de ser o que é . culpo-te a ti por não teres visto mais cedo o que se passava . agora ? agora olha , fodo-me , que agradável né ? »

quarta-feira, 20 de junho de 2012

sábado, 16 de junho de 2012

Rebeldia

faz-me falta rebeldia . faz-me falta a tua presença na minha vida , a meu lado . faz-me falta os dias em que ignorava ordens da minha mãe e fugia para os teus braços . faz-me faltas os dias de chuva , passados fechada em casa contigo , debaixo de lençóis da flanela , desarrumados e desalinhados , soltos debaixo da colcha . faz-me falta os teus choros e desabafos , horas passadas onde só tu importavas . faz-me falta soltar-me e confiar em ti , contar-te mil e um devaneios ou apenas sonhos estúpidos em que só me lembro de certos pormenores . faz-me faltas risos e brincadeiras , só nossas . faz-me falta ter-te para me ensinar a ver os aspectos positivos da vida e a viver cada dia como se fosse o ultimo . faz-me falta ter-te , perto , junto , colado a mim . faz-me falta a rebeldia sincera e obtida através de doces beijos e descontroladas trocas de caricias e demonstrações de sentimentos . rebeldia essa , só tua , e característica dos nossos quentes dias de verão . essa tua rebeldia , meu amor , faz de mim quem sou para ti . essa tua rebeldia , menino dos meus olhos , traduz a tua leve inocência e refere sentimentos que em ti , nunca julguei algum dia existirem . essa tua rebeldia ... amo-a .

Amnésia

‎jurei um dia que o amanhã não chegaria . que tu não existirias mais . que eu em ti não seria o que tu em mim ansiavas ser . jurei nunca mais acordar presa a pensamentos longos e frios , pela falta de tua presença . jurei a pés juntos que nunca mais seria inconsciente e ingénua , que nunca mais olharia para alguém da forma como outrora cai no erro de olhar . prometi-me e jurei-me que nunca mais seria a mesma , que nunca mais passaria pelo desgosto e pela angustia que certos seres me causaram . prometi à minha estúpida e ignorante saúde mental que não voltaria a mete-la no mesmo buraco , que desta vez ia poupá-la a erros inúteis que já não ensinam nada a ninguém . entretanto , apareceste tu . e hoje , atiro areia para os meus olhos interiores , pois voltei a acreditar que seria possível e não quero que a minha memória se arme em cabra e me lembre do porquê de me privado de certas aventuras . por isso , hoje sofro de amnésia . amanhã , logo se vê . 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

ok ? ok .

' cair na realidade é duro . especialmente quando nesse momento , nesse exacto segundo , percebemos que fodemos tudo com acções desnecessárias . e pensar que um dia poderia ter sido mais que feliz ao teu lado , que podia ter sido rainha , que podia viver completamente dependente de tua presença e teu carinho , que podia ter sentido na minha pele o teu toque doce , quente e carregado de amor e paixão , que podia ter feito crescer dentro de nós algo mais pesado e simpático do que aquilo a que tantos chamam 'amor' . e saber que tinha tudo o que precisas , que tu tinhas tudo o que eu queria , que eu e tu era certo , que um nós era concreto e um futuro era garantido . e mesmo assim , fiquei sem ti . e é suposto agora , sem mais nem menos , conformar-me que ontem podia ser o teu futuro e que hoje nem isso te posso pedir ? ok , fodi tudo . mas continuo a querer-te , ok ? ok . '

sábado, 2 de junho de 2012

Amanhã.

Hoje acordei chorosa. Estou naqueles particulares dias em que em vez de ter uma foto minha como foto de perfil, preferia ter uma contigo. É daqueles dias em que cada objecto para onde olho, faz-me chorar. Todas as músicas que oiço são melancólicas e só me apetece escrever-te. Mas escrever-te era inútil, não alteraria a situação, muito menos te traria até mim. Mas especialmente hoje, está-me a custar estar sem ti, mais do que o costume. e saber que nunca mais te verei, que não saberei mais o que se passa contigo ou em ti , devora-me. Passaram 3 meses. 3 meses sem ti. E custa-me mais hoje do que no primeiro dia. Garanto-te hoje que seria diferente. Mas isso continua a não servir de nada. E tudo o que tu podias, devias, terias ... Eu não pude, não devia, não tive. Mais quatro dias e nunca mais te verei. Nunca mais sorrirás. Nunca mais falarás. Nunca mais me tocarás. Nunca mais saberás quem sou. Só gostava que depois de ir, deixasse algo em ti. Mas hoje choro, choro porque sei que tal não acontecerá e amanhã já não serei ninguém para ti. Por isso choro. Acordo hoje consciente de que tudo o que fui um dia, nunca mais serei. Choro por ti , para ti , por nós. Pelo passado. Porque no futuro, já não serei ninguém. Sei que vou acordar amanhã pior que hoje. Que amanhã estarei ainda menos perto de ti. Que esquecerás mais uma mania minha, que ignorarás mais um gesto meu. Amanhã ... será pior. Amo-te. 


sábado, 7 de abril de 2012

Vous, mon amour

Se existe alguém capaz de me ver, serás tu. Se houver alguém, presente neste infinito e inconfundível mundo, que compreender cada palavra que os lábios pronunciam, serás tu. Se alguém, nascido nas graças do Senhor, é capaz de carregar por mim o que já não me cabe nos ombros, serás tu. Se existe quem conheça cada traço do meu feitio e cada sombra do meu corpo, quem perceba antes de mim o que eu própria quero, quem escolha por mim e que o faça bem, que respire por mim quando o meu ar já está demasiado fatigado, que acenda em mim uma luz quando escuro é tudo o que identifico, quem saiba como percorrer a minha pele sem a marcar nem ferir e deixe um cheiro doce para trás a marcar caminho de volta, quem me alimente e prenda à vida quando eu já desisti de lutar pela sobrevivência, serás tu. 


Vous, mon amour 
Porque se existe quem me olhe e me sossegue, és tu. Porque se alguém consegue meter a mão em mim e atenuar dores e ferimentos, és tu. Porque se alguém consegue compreender o meu coração e ver em mim bondade e fragilidade, aos revés dos restantes, és tu. Porque não há outro que conhece tudo o que acontece em mim. 

E se um dia, deixares de o ser... Ou eu morri. Ou tu. 

Porque se alguém é capaz de conhecer os meus gostos e vontades, só pelo hábito, mesmo sem nunca pensar, serás tu. E eu sei, apenas sinto, que és tu. 

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Amor Eterno

  Estrelas sempre me fascinaram. Aparecem sempre em cantos escuros, em noites frias ou quentes, em tempos de crise ou de desafogo, predomine (ou não) a felicidade, seja Verão, Primavera, Outono ou Inverno. Aparecem mal escurece o céu e acompanham quem pela noite a dentro se aventura. Quer haja nuvens ou não. Quer esteja alguém a observá-las ou a dormir. Aparecem sempre. E sempre me disseram que aquela estrela que aparece primeiro e que normalmente brilha sempre mais era aquela pessoa que partiu fora de hora, que nos deixou em tenra idade, que prevalece nos corações mas que, sinceramente, pouco nos recordamos dela. Seja familiar ou amigo, sempre me fizeram acreditar que aquele brilho mais forte era uma manifestação, uma leve tentativa de comunicação, logicamente em vão. E lembro-me de ser pequenina quando ele partiu. Era jovem e não tinha muito a recordar da presença dele no planeta. Ele nunca esteve muito presente e nos poucos anos de vida que eu tinha, pouco dava para recordar, pouco tinha vivido. Eram mais as histórias contadas do que as palavras próprias dele. Pelo que sei, ou quiseram que pensasse, ele vivia apaixonado por mim, só não se aproximava por medo de me ver crescer e de me aperceber que, afinal, ele não era como eu pensava. Nunca quis romper-me a ilusão e o crescimento era meio caminho andado para a realidade. Portanto, não quis participar nesse andamento. Não sei como sei, apenas sei. Ele vidrava ao olhar para mim, fascinava-se com cada gargalhada e cada lágrima era uma facada, abalava-o. Encantava-se com os meus dedos pequenos e o meu riso sempre presente na minha face rosada. Costumava dizer que eu tinha nascido para o alegrar, que não se atrevia a tocar-me com medo de contaminar tanta pureza e que a minha pele não podia ser tocada pelas suas ásperas mãos, servidoras da profissão. Sonhava em levar-me a viajar e mostrar-me as maravilhas do mundo, acordando segundos depois e negando-se a tal devaneio, pois a minha perfeição enquanto criação devia permanecer imaculada e proteger-me do mundo alheio era a prioridade.

   Ele sempre foi muito filosofo, do pouco que me lembro, pelo que cada frase parecia extraída de algum livro e eu dava por mim a sonhar acordada e a imaginá-lo a caminhar na lua amarela em forma de C e a brincar com uma cana de pesca, na vã esperança de apanhar alguma estrela para me oferecer numa pequena caixa cuidadosamente embrulhada em papel fluorescente, com um laço prateado à volta, para me obrigar a fazer um esforço maior ao desembrulhar a prenda. Ele tinha especial gosto em criar-me obstáculos quando eu estava ansiosa, ele dizia que estava a preparar-me para as filas das finanças, onde eu teria muito que esperar.

   Ele sabia que eu seria uma eterna sonhadora e notava na minha expressão que não o estava a ouvir quando ele falava comigo, sabia perfeitamente que eu preferia olhá-lo e imaginar um mar cor-de-rosa nos olhos dele, onde eu boiaria um dia. Mas mesmo assim ele falava, nem que fosse para compensar os dias que passava fora e não me via. Ele deixava-me sonhar e criar um mundo alternativo, usando-o como tela e as palavras dele como aguarela. E eu pintava assim os meus sonhos e a minha mente moldava-se às suas histórias, intensificando-as à minha maneira. Ele costumava rir-se quando eu me queixava do jantar estar muito quente. Era um riso pesado e seco, o tabaco também fazia o seu trabalho. E aí eu calava-me, olhava-o e imaginava-me num banquete, onde ele era o rei e eu o bobo da corte, onde a minha única função era agradá-lo, como que a minha vida dependesse disso. Ser simplória era uma profissão ao lado dele e eu cumpria-a como todo o gosto e alegria. Era um prazer, alegrar o meu rei era o que me competia e transcendia a obrigação, era questão de vida ou de morte.

   Eterna sonhadora como sou, ainda hoje o imagino como tal, um rei todo-poderoso, que jaz algures, após longos anos de luta incessável.

   Pouco recordo dele, fisicamente. Se me puser aqui a dizer que me lembro da cor dos olhos dele ou do cheiro do perfume dele, é mentira. Até porque do pouco que me lembro, grande parte são memórias de devaneios que tinha. Acho até que nunca soube a cor dos olhos ou do cabelo. Quando o fitava, nunca o observava, limitava-me a pegar em cada traço dele e criar uma história alternativa em cada fio de cabelo dele ou em cada gota de suor. Lembro-me, vagamente, do cheiro a tabaco na pele dele e de vinho tinto no hálito. Lembro-me que ele chegava tarde e demorava algum tempo a acertar com a chave na fechadura, mais para os últimos dias de vida. Lembro-me que ele já não dormia no mesmo quarto que a mulher para não a acordar quando voltava tarde da pesca ou das noitadas à porta do café. Tudo o resto, não creio que corresponda à realidade. Tenho presente na minha mente viagens de barco em mares de todas as cores e de receber como prenda pedaços de neve. Isso já são memórias de devaneios, mas era tudo ligado a promessas ou a quadros que pintava mentalmente, com cada palavra dele. Ele disse-me um dia que todas as minhas desilusões se remediavam facilmente, bastava pensar na neve. Ele odiava o frio e a neve não era algo que o fascinasse. Mas a teoria dele batia certo. Pensando bem, era das coisas que mais gostava de ouvir. Quando eu chorava ou ficava triste, ele falava-me da neve e ficava tudo bem. De repente, já nada me incomodava e eu era feliz assim. «Não chores. É como a neve – tu adora-la, ela nem sabe que existes. Por isso, não sofras por ela, ela está bem assim, lá no canto dela.». Nem sei como, resultava.

   Ensinou-me que sacrifícios são benéficos e sinceros, puras provas de significância, fascinantes actos provenientes de corações de ouro. E o meu… o meu faria por todos o que todos nunca fariam por mim. «Tão certo como o azul do céu».

   Ele sentia obrigação de me mostrar que tudo em mim tinha brilho e cada estrela do céu era uma qualidade presente em mim e que o meu coração tinha tantas qualidades quantas estrelas apareciam no meu céu. Obrigava-me a sorrir para ele até adormecer, pois se eu não sorrisse, as estrelas não brilhavam e havia muita gente dependente do meu sorriso. Um céu estrelado significava a minha felicidade e juro que uma vez, através de uma porta entreaberta, o vi chorar ao olhar para o céu, negro como breu, sem uma única estrela. Poderá ser devaneio, talvez seja, mas não quero perder tempo a pensar nos motivos que o levaram a chorar, não vá eu perder ali metade da minha infância.

   Eu era pequena e vi partir assim um incentivo à minha criatividade. Como uma estrela que desaparece com o nascer do Sol, nunca mais o vi. Como um dia que nunca mais acabava e uma noite que nunca mais chegava. Estaria a mentir se dissesse que o brilho das estrelas se alterou ou que elas diminuíram, que aparecem menos à noite ou que ficam menos tempo do que ficavam. Nunca reparei nesses pormenores, por isso não perco tempo a avalia-las. Mas olhar para o céu já não é rotina e não vejo beleza no brilho de cada estrela lá presente. E talvez a promessa que eu brilharia toda a vida me tenha feito ditar mal sentenças, porque as estrelas brilham independentemente de quem as olha, pois muita gente as adora e elas nem sabem que a raça humana existe.

- Do pouco que recordo de ti, as estrelas são as que mais tenho em memória, pois foram as únicas que te fizeram chorar, sem sequer se importarem com o gosto que tinhas em amá-las. Porque tu ama-las e elas… nem sabem que existes.






domingo, 29 de janeiro de 2012

Mito

- Sabes o que me dava jeito?
- O quê?
- Ter-te aqui comigo, lógico.
-A lógica é sobrevalorizada.
-Achas?
-Acho.
-Porquê?
-Porque sim, o que tem lógica para ti, para mim pode não ter.
-Não podemos ter a mesma noção de lógica?
- Podemos, claro.
- Então…
- Então nada. Pensa comigo. Tu achas que o que te dava jeito era eu estar aí. Eu acho que não. Acho que o que te dava jeito era teres aí alguém. Porque se esse ‘alguém’ fosse eu, não falavas de jeitos, falavas de necessidades.
-

(…)

-Sabes o que eu precisava agora?
- O quê?
- Ter-te aqui comigo, óbvio.
-O óbvio é elusivo.
- Lá estás tu… Explica-te.
- Achas que para mim é óbvio que precisas de mim?
- Acho. Se não for, devia ser.
- Não é.
-Mas devia. Não é porquê?
-Porque não precisas de mim.
-Preciso sim. Porque dizes isso?
- Porque se precisasses, não me pedias aí, fazias-te de convidado e vinhas obter o que precisas. Portanto não me fales de necessidades, não me iludas. Necessidades? Se as tivesses, não esperavas por elas, satisfazia-las.
-

(…)

-Não sei que mais te dizer.
- Então?
- Então?! De tudo o que te digo nada é real para ti, nada serve, nada faz sentido ou é plausível.
- O sentido é discutível.
- Vês? Para que é que é isso? Não acreditas no que sinto?
- Depende. Alguma vez quiseste que eu acreditasse?
- Claro, todos os dias.
- Então agora explica-me: não acredito porquê?
- Sei lá, isso gostava eu de saber.
- Simples: não há nada para eu acreditar.
- Não há? Há sim.
- Não. Se houvesse não esperavas que eu acreditasse, limitavas-te a fazer-me acreditar. Senão não passa de um mito.
- Queres que faça o que então?
- Nada. Não fizeste logo de inicio, não esperes que agora me fie em ténues palavras resultantes de queixumes.  
-Queixumes? Até parece.
- Sim, é essa a finalidade. Tu falas, queixaste que não acredito, não ages, morre tudo.
-Ou seja, morri para ti?
- Sim. Ao tempo. 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Because to love you

When I’m alone in the street, and I can’t find you anywhere.

‘’Because to love you mean so much more’’.

Saio, sem saber bem porquê ou para onde. E chove. Acho sempre que se agir como nos filmes, que (como nos filmes) terei um final feliz. Não é como nos thrillers ou nos típicos filmes de terror. É finais daqueles dos romances onde o amor triunfa sempre e corre tudo bem. Acho sempre que se ficar ali parada, à chuva, naquele preciso sitio, naquele exacto momento, alguém irá aparecer com um chapéu-de-chuva e vai acabar o desgosto e começa então a fazer sol e fica tudo bem, como se amar-te significasse tão pouco.
Mas significa muito mais.
E a verdade é que só mentes. Quando me iludes e dizes que vai ficar tudo bem. Mas amar-te significa muito mais.
Amar-te significa acreditar quando sei que não devo. Significa esperar à chuva quando sei que não vens. Significa sentar-me à tua frente a ouvir as tuas desculpas quando sei que não passam disso desculpas. Significa deixar-te repetir o mesmo erro vezes e vezes sem conta e estar sempre aqui disposta a perdoar mal reparares que erraste. Significa ficar à espera que tudo se resolva quando já tenho mais que presente em mim que não vai resultar. Significa dizer-te que não és nada quando és tudo. Significa não esquecer o teu passado pois sei que ele virá sempre ao de cima e mesmo assim adormecer serena sem pensar no que virá. Porque amar-te significa deixar-te atacares-me e ter a capacidade de responder calmamente quando a minha vontade é essa mesma atacar-te.
Significa… to be alone in the street, when I can’t find you anywhere.

‘’Because to love you mean so much more’’.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Amo-te

Há que admitir que foram tantas as vezes que tentei que perdi a conta de quantas foram ao todo. Há que admitir que tentar não chega para conseguir e que o conseguir só se alcança depois de nos mentalizarmos que o tentar é areia que atiramos para os nossos olhos. Há que admitir que apesar de tantos amores ou tantas relações que passaram ou passarão, mais nenhuns e nenhumas virão.. Independentemente do que for considerado por ti um ‘esforço’, para mim isso já é o suficiente. Epa, já passou tanto tempo. Passámos por tanto. Foi difícil pa crl, mas deu sempre. Por muito que ame, nunca mais serei capaz de amar. Por muito que seja feliz, a felicidade nunca mais reinará em mim. Por muito que diga que não, afirmarei sempre em prova do contrário. Por muito que faça, nunca mais serei capaz de agir. Sim, é verdade – foste a luz dos meus olhos. Tantos candeeiros, tantas velas, tantos pontos de luz. Independentemente da intensidade de cada um deles, foste tu a luz que mais me iluminou. Nada nem ninguém tem o dom ou a autorização para o desmentir. Ou melhor – por muito que o façam, saberás sempre de onde provêm as puras palavras que farão de ti um homem, um dia. Verdade, verdade. Por muito que erre, nunca mais serei capaz de o fazer, pelo menos contigo ou por ti. Oh, que se foda. Amo-te.

Correcção - não foste, és. Talvez não como queres. Apenas... aceita. Aceita que um dia te amarei e te darei o que precisas. Aceita que valerá a pena. Esquece e perdoa tudo o que fiz e disse. Ergue a cabeça, olha-me e entende o que te digo. Não quero palavras dóceis. Quero, apenas e só, compreensão. Tanta e tanta vez errei. Tanta e tanta vez perdoaste. Não que mereça, mas tenta só mais uma vez. Não que seja agora. Ou que seja o teu plano para o ano que se segue. Promete que entrarás com o pé direito e a pensar que o único feito a conseguir é perdoar. Oh, foda-se, perdoa-me minha luz. Iluminaste-me mais que qualquer outra pessoa. 

Oh, amo-te.