sábado, 7 de maio de 2011

Arte Exposta , Eventualmente

Não sei se aguento muito mais. Bem tento, mas não sei se consigo. É pesado demais para mim. É algo demasiado elaborado para uma cabeça tão inconstante como a minha. E, após tanto tempo, voltas.


Andamos nisto há meses. Vais, vens. Vou, venho. Tudo se modifica, tudo se distorce. Tudo … menos o sentimento. Menos o amor. Menos a saudade. Tudo muda, menos a presença. ‘E é amar-te assim perdidamente, é seres alma, sangue e vida em mim. E dizê-lo cantando a toda a gente.’. E eu magoo-te, enquanto tu me magoas a mim. E eu quero-te, silenciosamente, enquanto tu me queres a mim. E é amar-te, assim, perdidamente.


E agora, sou livre. Livre fisicamente. Ando livre por ai, ando presa no pensamento. Presa ando, presa andarei. Presa pela tua memória, presa pela minha arte.


Componho segundo a arte que crio, segundo a arte que quero criar. Amo-te segundo os sentimentos que sentimos, segundo aquilo que quero sentir. Amo-te assim, porque foi assim que aprendi a amar-te. E amo amar-te, amo querer sentir-te perto.


Amo-te. Amo-te mais que tudo e todos. Mais do que algum dia alguém será capaz de te amar. Amo-te hoje, amanhã, e depois e depois e depois, até ao final da minha vida. Amo-te hoje, pois é a única coisa que sei fazer com jeito. E essa é das poucas garantias que a minha arte te dará. Amo-te.


E recordo assim, mais um dia sem te ver. Mais um dia sem te ter. Mais um dia para te perder. Mais um de muitos na história do fim.

Espero - tenho esperanças - um dia assim será. Não hoje. Talvez amanha. Mas sim, um dia. Não foi como achámos que ia ser; simples, fácil, um paraíso. Não foi feliz, não foi o melhor. O que, eventualmente, seria de esperar. Houve dor. Houve rancor. Houve ‘fim’. E, para quem acredita em milagres, haverá o recomeço. Não sou desses, não acredito no eventual. Mas talvez, quem sabe, um dia.

Talvez, quem sabe, um dia, a minha arte seja exposta. Talvez a arte composta ganhe forma e cor, se forme, se junte, e componha alegria – talvez componha um quadro simples, fácil, um paraíso. Talvez componha algo feliz, algo melhor. O que, eventualmente, não é de esperar. É uma arte, composta. Compor é fácil. Expor? É uma eventualidade..

3 comentários: