domingo, 19 de junho de 2011

Vida

Queres saber o que torna uma mulher algo tão indispensável? Queres saber o que faz daquele ser de onde todos os homens saem algo tão único e imprescindível? Queres?



É simples, não me vou por aqui com noções lógicas da ciência que todos nós aprendemos da escola nem com explicações sobre a magia de Adão e Eva, porque uma mulher não precisa disso para se afirmar.


Nós, mulheres, somos e seremos sempre o porto de abrigo dos que de nós saem, dos que de nós brotam. Seremos sempre o lar confortável a que todos recorrem em tempos difíceis. Seremos sempre o apoio procurado, mesmo pelos que de nós não afluíram.


Imaginemos um rio. Um grande e aprazível rio, com águas límpidas e serenas. Desse rio saem vários afluentes; nesse rio desaguam vários afluentes. Sem o rio, os afluentes não existiam. Não teriam de onde partir nem onde concluir a expedição. E sem rio nem afluentes, não haveria água corrente. A terra secaria. As plantas morreriam. Os animais não padeceriam. O Homem, por consequência, acabaria morto. Sem rio, a vida não seria possível. Encaremos então a mulher como um rio. Da mulher vem o Homem. Do Homem vem o trabalho no campo e o cuidado dos animais. Do Homem vem a ciência, a tecnologia, e medicina; do Homem chega a Vida.


Mas, sem o mar, sem fornecimento de águas maiores, não haveria o rio.


Sem o mar, um rio não passaria de um poeirento trilho de terra dura.


Do mar aflui a água, que viaja por caminhos altivos, escorrendo ao encontro do princípio da jornada. O mar vem do rio – o rio vem do mar.


Do Homem vem a Mulher – da Mulher vem o Homem.


A diferença encontra-se com facilidade. Enquanto o mar permanece imóvel à espera que o curso natural da vida ocorra, o rio trabalha para que a ordem se acomode ao curso da vida. O rio trabalha e batalha para concretizar este caminho, o mar limita-se a ser pagante dos outros elementos naturais.

O homem já tem o necessário para criar vida, mas é a Mulher que, de facto, a constrói. É a mulher que, com o pouco que o homem lhe dá, cria um pequeno mundo dentro de si, onde habitará outro pequeno homem no longo percurso de criação de vida. Ali, nesse pequeno mundo, outro homem ganhará a capacidade de, mais tarde, participar num novo decurso de geração de uma renovada e antagónica vida.


Sim, o Homem é mais forte, mais dominante, mais categórico. Mas não é por isso que ele é superior. O Homem é apenas um funcionário. É apenas quem ampara a mulher. Em troca, a Mulher devolve-lhe o que Deus lhe deu – vida.

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